Redução de custos operacionais com a implementação de ESG: como fazer?
Segundo pesquisa realizada pela Revista Exame, a tendência do mercado é que o ESG chegue a movimentar US$ 53 trilhões até 2025.
A adoção de práticas ESG (Environmental, Social, and Governance) é uma realidade em todo o mundo e as instituições que integram essas estratégias em seus modelos de negócios estão colhendo resultados financeiros expressivos.
Com o mercado de ESG bastante movimentado, fica claro que a sustentabilidade deixou de ser uma tendência para se tornar uma necessidade. Mas como exatamente essa estratégia apoia a redução de custos operacionais para as empresas?
Segundo pesquisa realizada pela Revista Exame, a tendência do mercado é que o ESG chegue a movimentar US$ 53 trilhões até 2025. Vamos destacar 5 pontos da pesquisa, incluindo exemplos práticos e observações importantes, para que você possa incrementar a sua gestão e alinhar seu negócio com as melhores práticas ESG.
1. O crescimento do mercado de ESG
Como falamos acima, o potencial de atingir trilhões de dólares nos próximos anos, o mercado de ESG está sendo impulsionado porque as empresas estão buscando práticas responsáveis. Nesse sentido, investidores globais estão cada vez mais atentos a critérios de sustentabilidade e direcionando recursos para organizações que demonstram compromisso ambiental, social e de governança.
Esse movimento está transformando o ESG em um fator decisivo para a valorização de empresas e sua capacidade de atrair capital. Um exemplo é a Unilever, gigante do setor de bens de consumo, anunciou que marcas de seu portfólio que promovem ações de sustentabilidade crescem mais que outras.
Dica: empresas que buscam implementar ESG devem começar identificando os KPIs de sustentabilidade mais relevantes para o seu setor e adaptando suas estratégias de negócios de forma progressiva. O acompanhamento constante dessas métricas permitirá uma gestão mais eficaz, capaz de atrair investidores e alinhar a empresa aos padrões internacionais.
2. Atração de investidores e capital consciente
Implementar práticas ESG pode fazer com que a empresa se torne mais atraente para investidores institucionais que priorizam estratégias de longo prazo. Essas práticas não só minimizam riscos ambientais e sociais, como também tornam a empresa menos vulnerável a multas regulatórias e problemas de má reputação. O que significa, na prática, é que empresas alinhadas ao ESG apresentam maior resistência a períodos de crise.
Isso já é tão relevante que o fundo soberano da Noruega, um dos maiores do mundo, anunciou recentemente que retiraria seus investimentos de empresas que não cumprissem padrões ambientais e sociais. Empresas que demonstram compromisso com ESG conseguem captar mais facilmente recursos de fundos desse tipo, uma vez que investidores buscam cada vez mais negócios que incorporem práticas sustentáveis e que possuam menor risco de longo prazo.
Para atrair investidores conscientes, as empresas devem comunicar de forma transparente suas práticas ESG por meio de relatórios de sustentabilidade e divulgações públicas sobre suas ações de responsabilidade social e ambiental. Isso não só aumenta a credibilidade da empresa, mas também permite que investidores avaliem seus riscos e retornos com mais clareza.
Dica: uma boa ideia é fazer um hotsite ou uma apresentação com todas as práticas ESG para apresentar ao seu público ou criar selos, quando as metas ESG forem atingidas na empresa.
3. Redução de custos operacionais e ganhos de eficiência
Além da captação de recursos, uma das vantagens mais tangíveis do ESG é a economia gerada pela eficiência operacional. Práticas sustentáveis como a gestão eficiente de recursos naturais, redução de resíduos e uso de energias renováveis diminuem significativamente os custos operacionais. Isso reflete diretamente no aumento da margem de lucro, provando que ESG não se trata apenas de impacto ambiental positivo, mas também de uma ferramenta financeira estratégica.
A IKEA, por exemplo, reduziu seus custos operacionais em larga escala ao investir em energia renovável. A empresa se comprometeu a usar 100% de energia proveniente de fontes renováveis em suas lojas, além de otimizar a eficiência energética de seus processos de produção. Como resultado, a IKEA não apenas economizou milhões em custos de energia, mas também posicionou sua marca como uma líder em sustentabilidade.
Dica: para começar, empresas podem planejar medidas simples para reduzir custos e aumentar a eficiência. Investir em fontes de energia renovável, adotar práticas de economia de água e otimizar a cadeia de suprimentos para reduzir resíduos são ações que, a longo prazo, impactam significativamente o resultado financeiro da organização.
4. ESG como diferencial competitivo
Consumidores e parceiros de negócios estão optando por se associar a marcas que priorizam a sustentabilidade e empresas com práticas ESG consistentes ganham mais confiança do público, o que não só fortalece sua reputação, mas também abre portas para novos negócios e mercados. A criação de valor vai além dos números: empresas ESG tendem a construir uma base de clientes mais leal, resultando em um aumento de receitas e melhoria na competitividade.
Um case interessante é o do Banco Santander que, ao lançar seu primeiro fundo de investimentos ESG no Brasil, atraiu rapidamente o interesse de investidores e clientes interessados em sustentabilidade. O fundo foi um dos mais bem-sucedidos no setor, demonstrando como a implementação de práticas ESG pode aumentar a competitividade de empresas do setor financeiro e gerar novas fontes de receita.
Dica: empresas devem considerar ESG não apenas como uma obrigação regulatória, mas como um diferencial competitivo que pode impulsionar sua marca. Desenvolver campanhas de marketing que promovam o compromisso sustentável da empresa pode atrair um público mais engajado e criar novas oportunidades de negócios.
5. ESG e estratégias de longo prazo
Adotar ESG é uma forma de planejar o futuro. A sustentabilidade, quando integrada à estratégia de negócios, ajuda as empresas a se prepararem para desafios econômicos e regulatórios futuros. Empresas que não adotam essas práticas tendem a enfrentar dificuldades para se adaptar às exigências, enquanto aquelas que já as incorporam podem se destacar. Esse planejamento de longo prazo garante não apenas a sobrevivência em mercados complexos, mas também a prosperidade financeira.
A Patagonia, empresa de vestuário outdoor, incorporou sustentabilidade desde a sua fundação. A marca desenvolveu uma reputação sólida ao adotar práticas como a produção de roupas duráveis e de baixo impacto ambiental. Essa estratégia de longo prazo garantiu não apenas a fidelidade dos clientes, mas também sua liderança em um setor cada vez mais competitivo.
Dica: integrar ESG na estratégia de longo prazo envolve não só revisitar constantemente os objetivos de sustentabilidade, mas também prever tendências regulatórias e de mercado. Empresas proativas nesse aspecto estarão mais preparadas para enfrentar novas exigências legais e aproveitar as oportunidades que surgirem em mercados globais. Encontro semelhanças entre a paixão da sua marca e de seus consumidores.
Redução de custos operacionais são viáveis com ESG
Integrar ESG ao modelo de negócios vai além de beneficiar o meio ambiente e a sociedade; trata-se de uma estratégia essencial para o sucesso financeiro sustentável. Com um mercado que deve movimentar trilhões nos próximos anos, a adoção de práticas ESG não é mais opcional. Empresas que incorporam esses pilares ganham vantagem competitiva, reduzem custos e atraem investidores comprometidos com o futuro.